Viver a misericórdia é uma atitude diária que inclui percepção, emoção, atitude

A misericórdia é um termo utilizado mais no âmbito religioso do que no âmbito científico, talvez o que mais se aproxima dela seria compaixão, perdão e solidariedade.

Mas, para vivermos a misericórdia é preciso compreender o que ela significa.

Em resumo, eu diria que a misericórdia é aquela que vai ao encontro da pobreza do outro.

E aqui vamos compreender a pobreza como a falta daquilo que é necessário à subsistência, com isso incluímos as questões físicas, emocionais, sociais e espirituais.

Se formos analisar os primórdios da existência humana encontraremos uma sociedade organizada de forma totalmente diferente, na qual não tínhamos uma casa, a comida era caçada e a nossa maior preocupação era a sobrevivência.

Dentro desse instinto primitivo o que se destaca é a competitividade, a violência, ocupação de território, busca por comida, atitudes totalmente individualistas e contrárias à misericórdia, à caridade e aos ensinamentos de Jesus.

Ou seja, viver a misericórdia é uma escolha diária e quanto mais exercemos mais natural se torna em nós, assim como, falar, andar e tantas outras coisas que fazemos diariamente.

Sendo assim, a misericórdia como modo de vida (comportamento) inclui percepção, emoção/ sentimento e atitude. Eu posso ter empatia, ou seja, eu me coloco no lugar do outro.

Também posso ser gentil com outro, trazer um ponto de luz na sua vida.

Porém, essas duas atitudes não geram uma mudança da situação.

É preciso compadecer-se da pobreza do outro para que eu gere um movimento de mudança.

Logo, concluímos que a compaixão é uma atitude, assim como a misericórdia.

Acho que aqui já quebramos um estereótipo da misericórdia passiva, que diz amém a tudo.

Talvez, a ação necessária à subsistência seja um limite, seja dizer abertamente a verdade do evangelho a quem está em pecado, seja dar perdão a quem não merece, seja olhar para a miséria de quem está na sua casa ou passar a olhar como irmãos aqueles que estão na rua.

Segundo MARCHETTI, Eduarda et al. (2018) estudos internacionais comprovam que a  compaixão traz diversos benefícios à saúde mental, como diminuição do nível stress e de omissão de emoções/sentimentos, mais resiliência para lidar com situações desconfortáveis, melhoras dos relacionamentos e um aumento dos sentimentos positivos de filiação e bondade.

Para finalizar essa breve reflexão, te pergunto: Qual área da sua vida está precisando de uma atitude misericordiosa?

Natalia dos Santos Leite Batista,
participante da Capela Santa Maria Assunta ao Céu